DESCRENÇA
Perdi a esperança
Que eu tanto ansiava,
Que me alentava
No padecer.
E sinto tédio
De quanto eu vejo,
Quero, desejo,
Devo morrer.
A mão gelada
Dos desenganos,
Na flôr dos anos
Me envelheceu.
E um véo pesado
De sombras frias,
Sobre meus dias
Desenvolveu.
Adeus lembranças
Dos tempos idos,
Sonhos queridos,
Que eu tanto amei.
Poema escrito por meu avô materno, Antônio Pereira de Camargo, no século passado.
Eu o transcrevo aqui, usando a mesma grafia do original.