Coração Aprisionado
Foi tudo friamente calculado.
Eu não percebi suas intenções.
Teu proceder foi dissimulado,
Mesclado à punições.
Nada disto eu merecia,
Depois de tanta dedicação.
Minha auto-estima desfalecia,
Em meia a tanta coisificação.
Eu era outrora radiante!
Em tudo eu via beleza.
Mas depois do teu ser aviltante,
Eu definhei em incertezas...
Confesso, não sou mais o mesmo.
Tenho medo de me entregar.
Eu fico andando a esmo.
Meu coração não quer aportar.
Acostumou-se com a tormenta,
Já não almeja mansidão.
Do eterno sofrer se alimenta,
Regado à sofreguidão.
No fim do túnel não há luz,
E disto não faço questão.
O que eu apenas faço jus,
É de aprisionar meu coração.
Ele clama por retração,
Prefere viver isolado.
Depois de tanta "malogração",
Acostumou-se ser malogrado.