MARASMO PROFUNDO

Ainda restam algumas palavras tristes

Ainda sou um pequeno poeta querendo ser

Uma grande estrela meio a escuridão.

Mas a escuridão não existe!

O que existe é o ângulo

Primado por este ou aquele ponto de vista.

O ponto de vista de cada um

É o somatório de suas experiências

Adquiridas durante a vida.

Não conseguimos entender a

Algumas palavras simples,

Mas simplesmente ignoramos o real

E a estrela que existe em cada um se apaga.

São enforcadas todas as possibilidades

De termos uma pequena luz

Na escureza da vida.

Somos a quem não se mata

Mas somos mortos por eles

Mesmo assim continuamos firmes

Buscando palavras simples

Para dizermos o que sentimos por dentro.

Sou uma gota de sangue no rosto inocente

Sou a palavra sem som a ser pronunciada

Naquele discurso que não existe

Sou um pequeno poeta que anda triste

No meio dessa multidão

Que vive outro momento

Bem longe daquela ilusão

Que havia impregnada no ser

Que hoje nem quer ser,

Devido à falta de gratidão.

A ingratidão é tudo que nos resta.

A falta de reconhecimento é o prato do dia.

Nem a esperança é algo que presta,

Pois falta-lhe um porre de poesia

Que seja capaz de sacudir o mundo

E tirá-lo de marasmo profundo.

Campinas – SP, 2022.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 01/07/2024
Código do texto: T8097849
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