Perecer
Eu busco em palavras um repouso que meu corpo não encontra
A carne é fraca, as lágrimas escorrem, e nada importa
Eu não queria ser apenas um fantasma de um amor do passado
Mas o cadeado trancado não me impede de chorar diante da porta
Eu seria capaz de respirar mesmo sem o seu incentivo?
Minha confiança falece quando noto estar perseguido
Copos quebrados, pregos expostos e pratos partidos
Meu medo de você se eternizar e eu ser esquecido
Pois você ocupa espaço demais aqui, não há em meu coração
Um lugar de preferência para mim quando abraço o vazio
Eu sinto menos cores vibrantes, como punição
Não há mais paladar neste amplo mundo frio
Eu não aprendi mais a apreciar amor
Quando em meus sonhos se encontram proteção
Para uma realidade louca, incolor
Sem peso ou relevância se eu não segurar sua mão.
Me enterre, por favor, e espere cessar
O desconforto de um mundo meio azedo
Sem júbilo de alegria ou paixão
Não quero aceitar que terei que acordar
Sem sentir que sou eu mesmo, logo cedo
E sem esperar por sentir emoção