A DOR DA VERDADE NUA E CRUA

A semente que ajudei a plantar

Não repercute em quase nada

A coragem que eu implorava no cantar

Hoje é apenas o sereno do veneno na madrugada

Se você sente receio do inferno

A coisa que mais quero

É ter paz e sossego na vida

Mas minha fala é perseguida

E a semente que ajudei a plantar

Não me dá o alimento que gostaria ter,

Apena enche a barriga de meus inimigos

E me deixa chupando o dedo,

Após anos de batalhas frustradas.

Onde estou não há sombra

Quase tudo é uma aridez total

Os raios solares torram minha esperança

E a minha vez ainda não chegou

A semente que ajudei a plantar

Para mim nada prestou

A lição de vida é o que me restou

Nesse deserto incerto que sucumbe o meu falar.

Aqui, agora, nem esperança no olhar

Agora, aqui, apenas sou eu mesmo

Não há sombra para eu ficar

Apenas tórridas e ácidas palavras

Que me fazem calar.

Ituiutaba – MG, 2011.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 18/06/2024
Código do texto: T8088549
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