A DOR DA VERDADE NUA E CRUA
A semente que ajudei a plantar
Não repercute em quase nada
A coragem que eu implorava no cantar
Hoje é apenas o sereno do veneno na madrugada
Se você sente receio do inferno
A coisa que mais quero
É ter paz e sossego na vida
Mas minha fala é perseguida
E a semente que ajudei a plantar
Não me dá o alimento que gostaria ter,
Apena enche a barriga de meus inimigos
E me deixa chupando o dedo,
Após anos de batalhas frustradas.
Onde estou não há sombra
Quase tudo é uma aridez total
Os raios solares torram minha esperança
E a minha vez ainda não chegou
A semente que ajudei a plantar
Para mim nada prestou
A lição de vida é o que me restou
Nesse deserto incerto que sucumbe o meu falar.
Aqui, agora, nem esperança no olhar
Agora, aqui, apenas sou eu mesmo
Não há sombra para eu ficar
Apenas tórridas e ácidas palavras
Que me fazem calar.
Ituiutaba – MG, 2011.