ATÔNITO

Eu queria saber: por quê tem que ser assim?

Por quê o dia que se inicia com pássaros entoando hinos de esperança

Desfalece nos braços incertos da noite, um destino sem fim?

Por quê se torna um vil adulto, quem um dia foi pura criança?

Por quê os olhos que brilham em nome do amor

São os mesmos, que de tanto amar, lágrimas se prestam a verter?

E as flores, que inspiram rios de emoção no hábil compositor

São também dotadas de perversos espinhos...por quê?

Como se explica uma fonte de afetos, que se chama por coração

Ser a mesma a produzir, peçonhas mortais da mais rude inveja?

Por quê alguns dançam felizes, motivados pela canção

Se também existem aquelas que num mar de tristezas, nosso peito veleja?

Eu então me pergunto: por quê tem que ser assim?

Se dei sangue e suor, se morri pela guerra que meu amor jamais desertou

Por quê me deixou tão friamente, aquela a que dei o melhor de mim?

Por quê entender meu próprio ser, se de mim nada mais restou?

Eu só queria entender...

Por quê?

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 08/01/2008
Reeditado em 13/01/2012
Código do texto: T808629
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