LUTA INGLÓRIA
LUTA INGLÓRIA
Cai a máscara da sacralidade
Da moral indelével, vitrificada
Que se espatifa na realidade
Denunciando os patifes sisudos
De discurso grave que engravida
As mentes nuas das ignorâncias.
Cai o carinho pelas crianças
As preces repetidas, falsas
Indizendo, mentindo a realidade.
Não há maior crueldade
Que negar a verdade crua
A olhos vistos nas aldeias
Nas ruas, nas igrejas, nas festas
Das gentes cruéis que infestam
A sociedade atônita e tonificada
Pela hipocrisia, pela mentira.
A ira, a revolta de poucos não bastam!
Os bastardos, paridos da maldade
Loteiam os berços das maternidades
E as sepulturas dos inocentes.
A minha gente calada morre
Sem força para gemer
Pelo tremor que faz tremer
O mais bravo guerreiro
E como cordeiro, de joelhos
Oferece a garganta em riste
E triste se eterniza na dor de morrer
Sob o julgo do poder que apodrece.
A nós não resta somente a prece.
A pressa desperta urgente para a luta
A luta inglória de vencer a força bruta
Pela vida de inocentes, de vidas decentes.
Ah, quem nos dera estar lutando
Contra monstros, quimeras...
Mas a fera que nos devora
Está fantasiada de gente.