Absorto

Não espero que me compreenda

Que me console dizendo que entende

Minha dor não é uma oferenda

Minha tristeza já não surpreende

E nas vicissitudes do meu humor

Não espero que me tolerem

Mas quem sabe nos gestos de amor

Todas as desilusões se recuperem

Há uma falta de esperança

Onde quer que eu aponte meu coração

Pois em minha lembrança

Há quem sabe, pouca emoção

E se o coração partiu e naufragou

Nas ondas ilusórias da existência

Meu ser que muito amou

Jamais mendigou a sobrevivência

Viver é mais do que sofrer

É lutar para poder achar o seu lugar

Se com mentiras querem me corromper

Desse mundo terei que me mudar

Mudar para um lugar de esquecimento

Onde a paz seja mais que querida

Poder sorrir por apenas um momento

Esquecendo a eterna ferida

A cicatriz não fecha, não tem solução

Não espero redenção pelo que não fiz

Minha dor não é maior que meu coração

Talvez na inexistência eu seja feliz

Escutando Sutilmente do Skank