Cinzas do Tempo

Olhe, meu coração, não suspire forte

o meu ar docíssimo exalta os amanhãs de outono.

Fuja de o mesmo exaltar

das sabedorias concretas e desarmônicas.

Rogue aos atentos ventos do clamar

as desesperanças enaltecidas só a noite.

Desilusões escrevem histórias fantasmagóricas.

Página por página minha poesia é lida, relida e esquecida.

Esquecidos são os mortos?

Os meus amados ausentes, jamais.

A alma tísica se concentra na dor

soluço e pranto,

caem ao chão as riquezas fugazes

e a tampa fecha para os vívidos horizontes.

A boca se cala,

os olhos não iluminam mais,

as artes que um dia deram lucros

forjados pelo sangue e pela sabedoria,

retornaram a cinzas

as fatídicas cinzas do tempo.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 20/05/2024
Código do texto: T8067297
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