O Jardim das Lembranças
No jardim das lembranças, flores murcham devagar,
O amor, outrora viçoso, se despede sem alarde,
O tempo, implacável, sussurra no ar,
Que tudo que floresce, um dia há de partir.
As pétalas caem como lágrimas de saudade,
Desse amor que se foi, deixando só a dor,
No perfume que resta, uma tênue verdade,
Que o coração guarda, mesmo no dissabor.
O campo de flores, outrora vibrante,
Agora é um mar de tons desbotados,
Cada flor, um sonho distante,
Cada espinho, um rastro dos dias passados.
A chuva que cai, mansa e persistente,
Regando as memórias com gotas de melancolia,
E no silêncio que fica, um eco insistente,
Do amor que se foi, levando a alegria.
Flores e amores, juntos em sua fragilidade,
Vivem e morrem, num ciclo sem fim,
E o coração, em sua triste verdade,
Acaricia as dores que o tempo enfim.