O Jardim das Lembranças

No jardim das lembranças, flores murcham devagar,

O amor, outrora viçoso, se despede sem alarde,

O tempo, implacável, sussurra no ar,

Que tudo que floresce, um dia há de partir.

As pétalas caem como lágrimas de saudade,

Desse amor que se foi, deixando só a dor,

No perfume que resta, uma tênue verdade,

Que o coração guarda, mesmo no dissabor.

O campo de flores, outrora vibrante,

Agora é um mar de tons desbotados,

Cada flor, um sonho distante,

Cada espinho, um rastro dos dias passados.

A chuva que cai, mansa e persistente,

Regando as memórias com gotas de melancolia,

E no silêncio que fica, um eco insistente,

Do amor que se foi, levando a alegria.

Flores e amores, juntos em sua fragilidade,

Vivem e morrem, num ciclo sem fim,

E o coração, em sua triste verdade,

Acaricia as dores que o tempo enfim.

Dáhlio Figueiredo
Enviado por Dáhlio Figueiredo em 17/05/2024
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