- Meu Amor Platônico!
Teu vulto, amor, nos sonhos habitei,
Sem nunca te revelar a chama intensa,
Desejo que em segredo acalentei,
Na esperança, à sombra, a dor imensa.
Tão perto e ao mesmo tempo, sempre distante
Meu coração, à margem, se queimava,
Um fogo que, sem toque, era terrível,
Nos braços do anseio se lançava.
Sem que soubesses, fui a tempestade,
Que em silêncio, devastou-me o peito,
Meu amor, um lamento na saudade.
Hoje, em cinzas, resta o sentimento,
Que um dia, sem saber, foi teu, desfeito,
No apagar das brasas, foste meu tormento.
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