FRAGILIDADES ESTAMPADAS NO AR

Perco a esperança.

A raiva ainda reina.

A seiva ainda está na selva.

A selva ainda persiste.

O cerrado é frágil

A fragilidade estéril estética

Em pura falta de ética

Perfaz a raiva em bate-estaca

Que se destaca

Pela burrice eletrônica

Capaz de deixar raivoso

Aquele menino calmo

Que já não quer viver

Nesse inferno disfarçado de cidade

Em que muitos insistem em dizer

Que esses jovens têm civilidade.

A civilidade passou ao longe desse lugar

A imbecilidade está no ar

A meninada não quer pensar

O negócio dela é pular

E achar que está dançando

E arrebentar seus próprios tímpanos

Causando-me um desengano!

Já não tenho esperança

De ver essa meninada pensando!

Apenas quero um lugar tranquilo

Porque por aqui estou me matando

E não sei onde o ponteiro dá meia volta,

Tamanha falta de pensar que está no ar

E por isto vivo eternamente a chorar

Querendo um mundo melhor

A todos sem distinção.

Rio de Janeiro – RJ, 2010.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 08/05/2024
Reeditado em 08/05/2024
Código do texto: T8059088
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