FRAGILIDADES ESTAMPADAS NO AR
Perco a esperança.
A raiva ainda reina.
A seiva ainda está na selva.
A selva ainda persiste.
O cerrado é frágil
A fragilidade estéril estética
Em pura falta de ética
Perfaz a raiva em bate-estaca
Que se destaca
Pela burrice eletrônica
Capaz de deixar raivoso
Aquele menino calmo
Que já não quer viver
Nesse inferno disfarçado de cidade
Em que muitos insistem em dizer
Que esses jovens têm civilidade.
A civilidade passou ao longe desse lugar
A imbecilidade está no ar
A meninada não quer pensar
O negócio dela é pular
E achar que está dançando
E arrebentar seus próprios tímpanos
Causando-me um desengano!
Já não tenho esperança
De ver essa meninada pensando!
Apenas quero um lugar tranquilo
Porque por aqui estou me matando
E não sei onde o ponteiro dá meia volta,
Tamanha falta de pensar que está no ar
E por isto vivo eternamente a chorar
Querendo um mundo melhor
A todos sem distinção.
Rio de Janeiro – RJ, 2010.