OCASO...
Na janela do sonho acalentado
O olhar a "avistar" Nenúfares
Vagando em campos matizados
Num bailado fascinado pelos ares
O Concerto de Aranjuez ressoa
Na solidão d'alma que vagueia
Perto do vinho um livro do Pessoa
No céu uma lua minguante ponteia
Melancolia misturada com o tinto
Tudo imerso num vazio absoluto
A noite vai seguindo seu labirinto
A madrugada vai forjando o luto
Latidos a esmo de um cão enfadonho
Galos roucos a manhã tecendo
Preso na caverna do tolo sonho
Sentimento aos poucos morrendo.