Perdida

Perdi-me enquanto estive sozinha

Durante alguns meses de insatisfação

Por descuido tornei-me instintiva

Permiti desabrochar em mim a ilusão.

Não esqueço das palavras ardilosas

De quem vive a ludibriar os outros

Carrego em mim a culpa dolorosa

De ter acreditado num ser monstruoso.

Fui tonta, eu sei, que decepção!

Tinha-me refugiado ao mundo ordinário

Os fatos bloquearam minha intuição

E fizeram de mim um ser detestável.

Mas há de ter alguém compreensivo

Que acredite na minha declaração

De que às vezes errei sem desígnio

E com tudo, garanti essa revelação:

Ser excêntrica não é minha pretensão

Apesar de uma vida simples e normal

Estou em harmonia com a minha introspecção

Pois não me ajusto a esse cenário banal.

(2014)

Suzan Sioux
Enviado por Suzan Sioux em 28/04/2024
Código do texto: T8052007
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