CONCRETUDE SERTANEJA
HUMILDE CASINHA DE PAU-A-PIQUE;
ADÔBES FEITOS NO QUINTAL...
OS INESQUECÍVES PIQUENIQUES...
O SAPATINHO NA JANELA NO NATAL.
NA ESCURIDÃO DA NOITE OS VAGALUMES...
CLAREANDO A CASA O LAMPIÃO,
AO AMANHECER VÁRIOS CHEIROS E PERFUMES...
CLAREANDO MEU DIA A ILUSÃO.
AS BRINCADEIRAS PUERIS...
AS PELADAS NA RUA...
O BODOQUE DOS BENTEVIS,
AS HISTÓRIAS A LUZ DA LUA.
ÁGUA LIMPA DA MINA...
O MEDO DE ASSOMBRAÇÃO...
O OLHAR MEIGO DA MENINA...
O PADEIRO, O MOÇO DO ALGODÃO.
O TERÇO NA CAPELINHA,
A LENHA CREPITANDO NO FOGÃO...
O CHEIRO DA BROHINHA...
A PELE NO FEIJÃO.
A MATINHA DE IPÊS BELOS...
OS FEIXINHOS DE LENHA NOS OMBRINHOS...
O POÇO DE AZUIS ANELOS...
OS INFINITOS CAMINHOS.
O TEMPO CÉLERE PASSOU!
DOS ADÔBES DA FANTASIA,
AO CONCRETO QUE CHEGOU ,
MORREU TODA UTOPIA.
MAS NO CERNE DA MEMÓRIA,
NOS RECÔNDITOS DO CORAÇÃO,
ESTÁ GRAVADA MINHA HISTÓRIA,
QUE FAZ CONTRAPONTO À DESILUSÃO.