Foula desiludida
Tens um poema que intitulas
"Foula" e parece-me um chisquinho
Poeira farinhenta, fundida,
Definhada: desfeita em fianhos ...
Leio e dissolvo o teu poema, Luísa,
Numa permissão presumida,
Submersa e abismada em imagens
Cidadãs, não cortesãs, mas urbanas:
"Remoinhada nas cores insaciáveis ..."
"Um tasto ou cheiro de presa ..."
"Quando a remoinhada gire sobre si ..."
"Conseguirá decerto que deixemos ..."
"Autobuses de rinchos despectivos ..."
Um chamado à concorrência de pessoas?
Uma confissão de esperanças nulas?
Um apelo à Cidade (tu escreveste)?
Uma rotina de abstrações mutantes?
Um rosto invisível ... esconso e apagado!