Cegueira
Aqueles versos teus
De amor e inteligência,
Demonstrando a ciência
Do canto humano aos céus.
Quão belas margaridas
Colheste em tuas folhas,
Ocultando as escolhas
Talvez, d'algumas vidas...
Tu, que diz ter vivido
Mil vidas durante eras,
Não vira as primaveras
Antes de ter morrido.
Parece que em tu'alma
Um outro ser habita;
— Teu cego olhar insita
Ódio que não se acalma!
Onde estará o Poeta
Humilde e satisfeito?
— Por louco ser eleito,
Seguiste a mesma seta!
Mas o futuro segue
E os mitos são desfeitos;
— Quando ver os efeitos,
Três vezes não o negue!
Fabio Santos,
9 de outubro de 2018.