Cegueira

Aqueles versos teus

De amor e inteligência,

Demonstrando a ciência

Do canto humano aos céus.

Quão belas margaridas

Colheste em tuas folhas,

Ocultando as escolhas

Talvez, d'algumas vidas...

Tu, que diz ter vivido

Mil vidas durante eras,

Não vira as primaveras

Antes de ter morrido.

Parece que em tu'alma

Um outro ser habita;

— Teu cego olhar insita

Ódio que não se acalma!

Onde estará o Poeta

Humilde e satisfeito?

— Por louco ser eleito,

Seguiste a mesma seta!

Mas o futuro segue

E os mitos são desfeitos;

— Quando ver os efeitos,

Três vezes não o negue!

Fabio Santos,

9 de outubro de 2018.

Fabio Los Santos
Enviado por Fabio Los Santos em 04/04/2024
Reeditado em 17/06/2024
Código do texto: T8034978
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