No limbo .
No limbo eterno, ecoa tua voz, sem fim,
Tortura constante, me afundo em mim.
Curvas viciantes, whisky e cigarro, companhia,
Busco na brisa verde, um pouco de alforria.
Fugir da depressão, das sombras do passado,
Da mente intranquila, do fardo carregado.
Cruel mundo, difícil confiar, sobreviver,
Na selva de pedra, sem ti, a perecer.
Filha de Ogum, na guerra se perdeu,
Filha de Oxossi, na mata se escondeu.
Nos ventos de Iansã, ela encontrou abrigo,
Nos braços de Morfeu, sonhou com o perigo.
Rogou aos deuses, por um sono sem dor,
Longe dos girassóis, que lhe traziam pavor.
Malditos negros, sombras sob os olhos seus,
Acompanhando os raios dos braços, sem adeus.
Cada pétala na nuca, rosa que desvanece,
Gira o mundo, sol que queima, e entristece.