Dôr dos repuxos ao Sol-Pôr agonisando em plumas e marfins, em rosas de ouro e luz… Canto da água que desce em poeira, leve e brando, canto da água que sobe e onde o jardim transluz.

 

Dormem sinos na bruma—a cinza tem affagos… Sombras de antigas náos, velas altas a arfar, passam em turbilhões pelo fundo dos lagos, (a aventura, a conquista, a ansia eterna do mar!)

 

Repuxos a morrer sobre si mesmos, lentos— curvos leques a abrir e a fechar num adejo, —mão vencida que vem de vãos incitamentos, mão nervosa que vai mais cheia de desejo…

 

Volupia de fugir—ser longe e ser distancia,

e tornar logo ao cais e de novo partir!

Volupia—desejar e não possuir, ser ansia…

Repuxos a descer, repuxos a subir…

Não fixar emoções, volupia de esquecê-las, andar dentro de si perdido na memória… (Caçadores ideais de mundos e de estrelas— repuxos ao Sol-Pôr cheios de magoa e glória…)

 

Dôr dos repuxos ao crepusculo cantando! desespero, alegria—o labio, a mão… e um beijo. Dôr dos repuxos, dôr sangrando, dôr sonhando— ir tocar a ilusão e morrer em desejo…