Partir...

Poderia ser uma poesia sem nome

Estranhamente surgiu na minha ideia

Antes mesmo de tais palavras descorrerem no papel.

Fico tentando dar um contexto uma emoção ao partir. E ecoa um silêncio um vazio no quarto e parece que os móveis desaparecem e tudo fica branco ao meu redor. Sem o ruído da vida lá fora a branquidez me aprisiona num mundo que já não existe.

Ficaram as tuas roupas no guarda roupas com o teu cheiro e a casa organizada da sua forma, faltando o seu café na mesa a tua risada pela manhã a sua proteção.

E eu já senti esse partir conheço bem essa dor. Tem também aquele partir de quem não morre, mas se mata na vida da gente e ter que calar o que se quer gritar é duro, atroz.

(Machuca a boca o amargo o gosto o véu e tem gosto de fel.)

Tudo parece partir em mim nesse ano, tudo parece ruir e nos escombros não sei se procuro sobejos dessa vida sem jeito.

Ou se refaço meus passos num outro lugar.

Seu partir me faz querer partir mudar os áres e renascer dessa fragilidade em que me encontro, como um transe translúcido com a cara batendo no sol e a vida me socando na nuca.

Eu parti...

Henry Moody
Enviado por Henry Moody em 02/03/2024
Código do texto: T8010827
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