BALDE DE ÁGUA FRIA
Não consigo entender
Como tudo foi acontecer
E, de repente,
Aquele amor ardente,
Sumiu em um instante
Em que tudo era pura maravilha
E você jogou um balde de água fria,
Acabando com a poesia
Que entre nós havia!
Sei de tudo o que aconteceu.
Sei que seu amor ainda é meu.
Mas mesmo assim fico numa insegurança total,
Esperando aquele belo carnaval
Em que os confetes conferem
Tudo em alto astral
E quem sabe saberemos estar
Amando um ao outro de forma natural.
Uma solidão invade-me a alma,
Perco toda minha calma
E já nem sei o que dizer direito,
Tamanha dor da saudade no peito.
Tempo bom passa rápido demais
A tristeza angustia-me a paz
Espero pelo dia que não vem
Quero ser seu eterno bem
Mas tudo parece nebuloso
E aquele beijo gostoso
Parece não vir nunca mais...
Ainda sonho apesar de tudo.
Sonho em ter você em meus braços novamente.
Sonho em ter seu sorriso estampado no rosto
Pela a mais pura alegria
De podermos estar juntos
Como um conto de fada em poesia
Que será eternamente enquanto dure
O nosso amor em harmonia.
Nosso amor é maior que o universo.
Feito da mais pura emoção
É a pura poesia em verso
Cantarolada em forma de canção.
É um sentimento que o tempo não apaga
É a alegria dos pássaros no ar
É a felicidade que se propaga
Apesar de tudo o que nos possa atrapalhar.
Tenho em ti um amor profundo
Vindo do fundo de meu coração
Sou o seu eterno mundo
Encantado em forma de canção
Mesmo com tudo isso que aconteceu entre nós,
Ninguém é capaz de calar a voz
De nossa eterna paixão...
Apesar do balde de água fria
Que hora se apresenta em nossa caminhada
Prefiro fazer uma poesia
Relatando nossa “estada”
De alguns momentos felizes
Que tivemos nessa longa jornada
Continuo sempre sendo sua passione
E você minha passione declarada.
Nem lembro direito como foi
Que tudo isto aconteceu em nossas vidas
Mas sei da beleza da passione havida entre nós,
E que ela ainda nos assombra e nos cala a voz
Em função do elo desgarrado entre tempestades de sonhos
Que não puderam realizar por situações que não conhecemos.
Ainda sonho, apesar de tudo.
Ainda quero governar o mundo.
Meu mundo de fantasia
Que se transforma em poesia
Cada dor pontiaguda como navalha
Que corta cada instante meu
Como fosse a vez derradeira
De sentir o beijo teu...
Os minutos são pesadões demais.
A solidão arrasta-me por um turbilhão de dor.
Não consigo pensar direito,
Tamanha dor no peito,
Por não saber mais a razão do silêncio
Havido entre nós,
Quando tudo estava por iniciar,
Nesta nova caminhada audaz e contínua
Que não teve continuidade,
Por tudo isto, morro de saudade.
Pirapora – MG, 2011.
Aires José Pereira é professor do curso de Geografia e do Mestrado em Gestão e Tecnologia Ambiental da Universidade Federal de Rondonópolis, é coautor do Hino Oficial de Rondonópolis, possui vários livros e artigos publicados. É membro efetivo da Academia Rondonopolitana de Letras e da Academia de Araguaína e Norte Tocantinense.