DE NOVO
Você fala demais
E ninguém te escuta
Você é o mensageiro da paz
E ninguém quer te ouvir.
Você é gesticulador
E ninguém te percebe
Você é maior que muitos por aí
E quase ninguém te vê.
Você carrega um fardo grande
E quase ninguém reconhece seu trabalho
Você sorri mesmo sem vontade
E ninguém vê sua alegria.
Você escreve tanto, escreve tanto...
E ninguém lê suas poesias
Você canta belos cantos
Mas os cantos não repercutem em nada.
Você trabalha noite e dia
Até altas horas da madrugada
Mas seus sonhos não se realizam
Porque a sociedade está calada.
A sociedade quer ser cantada
E verso e prosa,
Mas não entoa
Sua voz em canção;
Ela prefere ver/ter o som
Do famoso pancadão,
Por isso você sofre tanto,
Chora lágrimas em pranto
E ninguém está nem aí contigo.
Araguaína - TO, 2006.