Caco de vidro
Despedaço a cada dia
Bem diante de seus olhos frios
Estou cheia de fissuras
Pelo meu corpo magro e frágil
Você me consumiu!...
Penso que a indiferença lhe tirou a visão
Ao mesmo tempo que cogito serem atitudes propositais
Nem sei se tens um coração
Só sei que já não aguento mais!
Esse seu joguinho doente, deprimente
Pra ver se no final terá apenas um sobrevivente
Se você tem os sentidos dormentes
Eu não...
Meu caso é o contrário...
Sinto muito por sentir tanto
Por ser uma pessoa tão sensível...
Talvez por isso importuna-me tanto
Sua atitude tão desprezível
De outro, a minha passividade
De tudo suportar
Sem questionar
Sem esbravejar...
Mas não se iluda
Tudo tem um começo e um fim
Não me subestime
É só por hoje...
Pois estou prestes a estilhaçar
Por dentro já está tudo quebrado
Cacos de vidro de um sentimento que só me machucou
Rasgou meu coração em mil pedaços
Rápido demais ... atitudes desleais...
Não da minha parte...até aqui carreguei tudo sozinha
Por isso não me recolha
Quando eu desmoronar
Me deixe por lá!
Não recolha meus cacos...
Você escolheu me ferir
Mas eu prefiro não ferir ninguém
Escolho me desfazer
Para reconstruir-me novamente
Com minhas próprias mãos
Pra não dever favor a ninguém
Para não tornar-me refém de nada...
E não é orgulho
É amor próprio entrando em ação
Para me resgatar
Para elucidar
Para dar-me as mãos
E juntos e em segurança caminhar...
É preciso muito amor próprio para não desistir, e persistir!
É necessário força para subsistir
É indispensável não deixar o amor te cegar
E a única maneira é se amando
Sempre e em primeiro lugar!