BRASIL
De muitas diferenças,
De muitos indiferentes,
Tu és tanto indiferente
Às tuas tantas diferenças...
Confio-me a ti, ó pátria amada
Que salve salve salve salve minha pele.
Sou teu povo norte sul oeste leste
Vivendo de esperança desenganada.
Nossos rios de ontem não são os de hoje,
Os rios todos viraram esgoto.
Os morros outrora verdejantes
Têm favelas, não mais árvores como antes.
As favelas espalhadas pelo Brasil
Abrigam teu povo nobre varonil
Extorquido, ultrajado, braço forte,
Que desafia, peito aberto, a própria sorte.
Quando Brasil deixarás de ser
Gigante adormecido em berço esplêndido?
Quando Brasil serás de fato nação
E darás aos filhos teus educação?
Este teu povo aguarda em canga
Ouvir o próprio grito do Ipiranga.
Brasil és país do futebol
Mas noturno, ainda canta o rouxinol.