SOLIDÃO II
SOLIDÃO II
Sombria, triste e úmida, enfim,
Tétrica e vazia, noite. Torna-a assim
esse silêncio absoluto do meu quarto.
É como a vejo, obscura, nesse dia,
ainda que o céu, límpido,
Coberto de estrelas e a lua,
cheia, que não ilumina, só alumia,
me desminta ou contradiga.
Sinto-me só, triste e exausto.
Os nervos, tensos, não me deixam,
de forma alguma esquece-los,
não há como domina-los, poder conte-los.
e ainda me bate à porta, insistente,
essa solidão, má conselheira, funesta!
Pela nesga da porta adentra
E se aninha em meus sentimentos.
Trás consigo saudades dela,
que não me trazem alentos,
Confundem meus sentimentos,
tremulam incontroláveis minhas mãos,
Gostaria que não me visitasse mais!
Lembrar-me, apenas sem poder toca-la,
deseja-la e não possuí-la, cobiça-la e não tê-la...
amarga meu coração, n’um triste tormento.
Urias Sérgio de Freitas