SOLIDÃO II

SOLIDÃO II

Sombria, triste e úmida, enfim,

Tétrica e vazia, noite. Torna-a assim

esse silêncio absoluto do meu quarto.

É como a vejo, obscura, nesse dia,

ainda que o céu, límpido,

Coberto de estrelas e a lua,

cheia, que não ilumina, só alumia,

me desminta ou contradiga.

Sinto-me só, triste e exausto.

Os nervos, tensos, não me deixam,

de forma alguma esquece-los,

não há como domina-los, poder conte-los.

e ainda me bate à porta, insistente,

essa solidão, má conselheira, funesta!

Pela nesga da porta adentra

E se aninha em meus sentimentos.

Trás consigo saudades dela,

que não me trazem alentos,

Confundem meus sentimentos,

tremulam incontroláveis minhas mãos,

Gostaria que não me visitasse mais!

Lembrar-me, apenas sem poder toca-la,

deseja-la e não possuí-la, cobiça-la e não tê-la...

amarga meu coração, n’um triste tormento.

Urias Sérgio de Freitas

Urias Sérgio
Enviado por Urias Sérgio em 31/12/2007
Reeditado em 19/10/2008
Código do texto: T798232