Corpo fechado

Aos quinze anos, a minha vida era um favo de mel,

Aos vinte, imaginei que nunca teria fim,

Meus sonhos brilhavam e eu os carregava,

Aos vinte e cinco, flores cobriam meu caminho,

Amar era sorte, e o sexo, meu melhor esporte.

Aos trinta, ainda acreditava,

Mas com as pessoas, já me decepcionava,

Quando os trinta e cinco chegaram,

Minhas ilusões começaram a ceder,

E um novo homem começou a renascer.

Aos quarenta, me sentia pleno de razão,

Tornei-me seletivo, não cedia à paixão,

Por muitos anos, vivi seguro,

Suprimi desejos, mantive-me maduro.

Após os cinquenta, porém, ventos inesperados,

Me açoitaram e, tombaram-me, enamorado,

Foi uma tempestade,

Por um bom tempo, fiquei atordoado.

Traiçoeiramente fui sequestrado,

Perdi a razão, tornei-me um idiota,

O barco da minha vida ficou à deriva,

Ondas gigantescas me sacudiram,

No mar da ilusão, sucumbindo apaixonado.

Sobrevivi, mas as marcas permanecem,

Profundas cicatrizes em meu ser,

Essa paixão causou-me grandes estragos,

Guardo lembranças, tenho saudades,

Mas meu corpo e alma não se iludem,

Para o amor e ilusões, estão fechados.

Samu Franco
Enviado por Samu Franco em 22/01/2024
Reeditado em 22/01/2024
Código do texto: T7982112
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