Decadente

Dizem que há altos e baixos,

a vida como gaivota contornada

no início e no fim dos rochedos,

mas, e quando sua alma parece decrépita?

Como se peçonhentos parasitas a devorasse?

Estes são meus sentimentos no badalar das horas.

O rosto transfigurado para baixo,

um prédio de músculos demolido por exaustão,

sereno por fora, mas caído por dentro.

Os deuses dos homens me ignoram!

Sinto o vilipêndio e blasfemo

pensamento, o de deslanchar no caixão

meu corpo decadente e frio.

Vivo num mundo contrário:

o sol é negro, as nuvens pomposas são pesadas,

há corvos sem o voo de asas,

o ar queima os olhos, o crucifixo sem Jesus,

e no peito, a dor vulcânica de se pensar no amor.

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 20/01/2024
Reeditado em 22/01/2024
Código do texto: T7980996
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.