Agonia

Quando findará esta agonia

de carregar um vazio sem fim,

fruto de azeda melancolia,

que destroi a esperança em mim

de saborear o dulçor de quando sorria?

O abandono que não cessa,

por mais que busque completude,

só encontra uma alma que confessa

versos de um coração que transborda inquietude

bombeando, resiliente, requentada promessa.

Calma, é a receita que prescrevem

sem examinar minha baixa imunidade.

Pois, os sorrisos dos felizes não se atrevem

ao risco de sucumbir à minha vulnerabilidade

quando basta a condescendência que os absolvem.