Quero uma mentira
Um vida sem ilusão dói tanto
cadê a arte que sempre promete tanto?
[mas não mais me engana]
os amores
os enganos
os quase encontros
as cartas antigas
Cadê?
Carne crua que se lembra [de tanta coisa antiga]
Que conta e aumenta suas recordações
Mas cadê
quero ser iludido
ludibriado
Quero voltar a ser ingênuo
Quero acreditar nos encontros
Nos poetas
Nos poemas que escrevo, inclusive esse
Quero uma ilusão
Qm engano qualquer
Pois o real é verdadeiro demais
Não tem graça, não tem humor
Não sabe ri de si
Só de mim
Não sabe ser lúdico
Sabe lamentar sua nostalgia
Real irreal que não se aceita
Trocaria um real por uma mentira
Mas uma mentira verdadeira
Dessas que nos faz feliz a vida toda
Como um amor
Eterno e cheio brigas