Aposta

Não posso escolher quem não me escolhe,

não posso abraçar quem não quer me abraçar,

não posso amar quem se nega a me amar,

isso não é um relacionamento, é um sofrimento,

isso não é um acolhimento, é um aprisionamento...

Quando a vida chama à realidade,

os olhos se abrem e enxergam a paisagem,

compreendem que nada ali foi feito para durar,

esperava apenas a próxima baia, o próximo jóquei,

apostas em quantos cifrões mais seriam capturados,

nunca houve um nós, só o individualismo do desamor...

Não posso confiar em quem não me diz verdades,

não posso ter certezas em quem me trata com incertezas,

não posso entregar meu coração a quem não o quer para si,

isso não é um compromisso, é um jogo de interesses,

isso não é uma vida conjunta, é uma comédia de erros...

Quando a vida chama à realidade,

os olhos se abrem e enxergam a verdade,

compreendem que nada ali foi feito para ser real,

esperava apenas a próxima raia, o próximo nadador,

apostas em quantos cifrões mais seriam surrupiados,

nunca houve um nós, só o individualismo do desamor...

Não posso me manter nessa teia de aranha obscura,

não posso deixar de ouvir minha intuição que me deseja seguro,

não posso me permitir ser reduzido, humilhado e usado por motivos escusos,

isso não é uma brincadeira de pique-esconde, são lágrimas que doem,

isso não é um conto de ficção, é uma sensibilidade sendo torturada...

Quando a vida chama à realidade,

os olhos se abrem e enxergam a poça rasa,

compreendem que nada ali foi feito para persistir,

esperava apenas a próxima carona, o próximo motorista,

apostas em quantos cifrões mais seriam destinados,

nunca houve um nós, só o individualismo do desamor...