A AGONIA DE SER
Nas flores pisadas
o cheiro exalado,
no passo mal dado
a dor é alheia,
o peito que dói
rancor que destrói,
se o ódio acolho
se vai o humano,
grande desengano
tomando o ser,
faz transparecer
o pior que oculto,
não sendo astuto
é só sem querer...
Assim todo dia
essa covardia
é meu desjejum
não há bem algum
que não queira fazer,
para engrandecer
esse mesmo Deus,
que dizem ser luz,
num sinal da Cruz,
que cruzo no peito,
eu, tão imperfeito,
sem nada direito,
só quero viver...
Olhos no alto,
e os pés nesse chão,
sigo na contramão,
desse mundo confuso.