Quase
Você está distante,
como se estivesse na Lua
e eu em um observatório na Terra.
Não posso te tocar
e mal consigo te ver.
Acho que, na verdade,
você nunca me permitiu te ler.
Criei histórias e roteiros
que só são reais à mim.
Poderia dizer nos meus sonhos,
mas eu também não consigo dormir.
Tento te chamar a atenção,
mas é quase sempre em vão.
Conversar com você é mais fácil
quando é só no papel.
Peço-te, por favor,
não quebre meu coração.
Você está no caminho para conquistá-lo
e, se o fizer,
ele será somente seu.
Mas tenho medo,
porque se ele não for seu,
não será de mais ninguém
e eu vou voltar a viver
no escuro,
no meu total seguro inseguro.
Não quero passar por isso
de novo e acabar
caindo no fogo.
Pensei que sua companhia
pudesse me ajudar a curar
algumas feridas,
mas você está criando novas.
Eu sei melhor agora,
sei quando é hora de ir embora.
Não quero ir,
mas não vou deixar
você me partir.
Só queria que você falasse comigo,
se tornasse meu abrigo
e me afastasse do perigo.
Mas este é meu dever, não teu.
Você nada me prometeu,
quem se enganou mesmo fui eu.