A Morte é que consola e nos faz viver;

É o alvo desta vida e a única esperança

Que, como um elixir, nos dá fé e confiança,

E forças para andar até o anoitecer.

 

Em meio à tempestade e à neve a se desfazer,

É a luz que em nosso lívido horizonte avança;

É a pousada que um livro diz como se alcança,

E onde se pode descansar e adormecer.

 

É um Arcanjo que tem nos dedos imantados

O sono e eterno e o dom dos sonhos extasiados,

E arruma o leito para os nus e os desválidos;

 

É dos Deuses a glória e o místico celeiro,

É a sacola do pobre e o seu lar verdadeiro,

O pórtico que se abre aos Céus desconhecidos.