Realidade

E, o céu tornou-se turvo.
O dia escureceu totalmente.
Procurei em vão o sol radiante...
Que me aquecia após as noites frias.
Mas, ele estava encoberto pelas nuvens do desamor.
Por onde nada consegue atravessar.
Por onde todo amor se torna finito.
 E leva toda esperança para o abismo do mar que me refrescava.
 E, que agora se tornou frio e sem vida.
Então, desanimado sai em busca da nascente.
 Da mesma que me dava de beber quando tinha sede.
Mas, ela havia morrido.
Talvez por receio de tentar encontrar o mar.
E ao encontrá-lo não saber ao certo o que fazer.
Deparei-me então com a flor e ela estava ressecada.
Já não pertencia ao jardim de minha vida.
Foi em vão também a procura pela gota de orvalho.
Pois, ela havia se transformado em lágrimas.
E já não dava mais humanidade à vida.
Trazia consigo o temor de quem ama.
Ama e não sabe o que fazer com o amor.
Finalmente fiquei de frente com a realidade.
E, ela estava tão triste que chorei.
Chorei por vê-la tão cruel.
Por ter acabado com a fantasia  feliz de outrora.
E, que agora se fez verdade.
Nua e crua.
A fantasia que era linda morreu.
Morreu e deu lugar a verdade que jamais quis conhecer.
O fim do amor que um dia senti em você.
Realidade...

Luiz Carlos