Infidelidades

Dão-lhes uma vida

num mundo tão belo

mas deixam-na esquecida

numa arca de gelo.

Fazem covas na Alma

p'ra não serem si mesmos

mentem, dizem que amam

parecendo cordeiros.

Depois travam o Espírito

que se ergue na vontade

numa Pátria de Proscritos

num viver que é maldade.

Alegram-se de não saberem

o destino a seguir

vão vivendo sem quererem

fugindo sem pedir.

Penteiam na saudade

as Histórias do Passado

numa falsa Virgindade

de um Credo rezado.

Nossos crânios de vidro

estão prestes a quebrar

por sentimentos partidos

de tanto pensar.

E porquê viver a vida

entre gentes tão frias

minha morte é mais querida

minhas noites são dias.

Que só a morte me leva

à verdade e à vida

deste mundo de treva

desta gente fingida ...