As ilusões que a vida traz pra gente.

Ilusões

Há um tempo assim

Em que a criança a tudo alcança

Finge pra si mesma ser outra pessoa

Meu Deus, que coisa boa era o fugir contente

O brincar inocente

Consciente que era aquilo tudo só imaginação

Esperava o dia

Em que era tudo de verdade e pra valer

Realidade ilusória

Existe um tempo assim também

Amanhã há de ser um novo e lindo dia

Fingir ser a mesma pessoa

Iludido no pensar incoerente

de que é o tempo ilimitado

Meu Deus, que coisa incrível

Eu me pensava indestrutível

O tempo passa e traz

Ilusões pertinentes

Era a razão de prosseguir

De confiar em mim somente

De tentar alcançar, com sorte, ao menos o suficiente

Pois o tempo é premente e amanhã é só mais outro dia

Meu Deus, que coisa triste

Pensar que as ilusões se foram

Era mais outra ilusão

Sentir-se impotente

Diante das desilusões que a vida traz

Pior era a outra parte

Aquela, de se deixar ficar, simulando a paz ausênte

Ilusões perdidas

Há também um tempo assim

Há quem pense ter vencido a vida

O tempo o alcança e a vida vence

Meu Deus, que coisa à toa era pensar

Compreender que o tempo da ilusão

De fingir ser quem não era

Depois de uma vida de espera

Se revela o tempo da felicidade verdadeira

Consciênte, feliz, altaneira

E, jamais uma ilusão

Foi o único tempo dessa vida

Que a gente fingiu ser quem não era

Sendo apenas quem era

Fingir não era opção

Eis toda ilusão

Os outros fingiram tão bem

Que pareceu ser verdade

Era tudo, a vida e tudo mais

O tempo todo

Bem mais frágil

Que a Ilusão primeira.

Edson Ricardo Paiva.