Harmonia Além do Caos
A brisa do estóico, serena sinfonia,
Em êxtase, contemplo a plenitude,
Quão fugaz é tal espetáculo,
O que o comum mortal vê com servitude.
O extraordinário repousou em meus ombros,
Sua leveza efêmera no início.
Porém, logo desencadeou a tormenta,
Minha voz, em triste tessitura, suplicou a sentença.
Cores desvanecendo diante da visão,
Despeço-me do mundo, lento é o adeus,
Deixando fragmentos, em um triste refrão.
Restará a devoção a quem eu fui um dia,
Sobre ombros que suportam fardos gigantes.
Ou permitirei que todos os fragmentos se esvaiam,
Daquilo que um dia fui em montes radiantes.
Hoje, a dúvida paira sobre o retorno,
Pois os ombros, ásperos, estão marcados,
A dor persiste, não se desfaz com o tempo,
Mas a força dos braços me guia, a cada passo tomado.
No raciocínio, outrora claro e lúcido,
Os pensamentos, em liberdade, vagueiam,
Agradeço às agruras com resignação,
E a paz, no renascer, persigo, onde enigmas flamejam.