Morte das ilusões

Silêncio! Calem-se as vozes!

Perfilem vossos corpos

façam silêncio ... "chora" a ilusão!

"Acendam cirios que passa a minha dor!"

Dor-de-Amor nascida de esperanças vãs

num bulício de esperas infinitas!

Ilusão que gera ilusões de ilusões

prisioneiras na teia obliqua

de um Coração "frio".

Projecção limite sem limite

de um "vazio" interior...

Teia solitária, ofensiva, defensiva,

precária ... nascida do efémero,

iludida no Eterno, reduzida ao banal.

Teia por mim tecida onde a "presa mortal"

sou Eu. Assim é a dor que "promove" a morte

das ilusões.

Dor que "arrefece" a paixão que projecta

no outro uma ilusão de absoluto.

Não é Amor, é desejo, isso que manipula!

O desejo não Ama, possui!

Desejar o Amor e não Amar o desejo

é a percepção final da dor-de-"desamor"

nascida da ilusão precária de querer "agarrar"

alguém a quem se "perde".

Alguém que vai e não vem,

alguém que vai e não torna!

Apaguem os cirios! A ilusão morreu!

A dor já não é dor, é Consciência ...

E a Consciência de "desamor" é a percepção final

de que o Amor Renasce na iluminação de cada dor!