O Soneto dos Corpos — Quimera
O Soneto dos Corpos
— Quimera
Um corpo jaz em outro corpo
E hoje, ele não mais existe na terra
Posto o novo substituiu o velho nesta esfera
Tragando tudo o qual havia vivido, e agora é morto
Será a mudança causada pelo queimar do fogo?
O qual habita no coração da resguardada manceba
A Outrora virgem, a daquela ardente na fogueira
Hoje transfigurada no letargo em fulgor
Então a jovem branca e lascívia
Tornou-se uma mulher fulgurante em torpor
O qual o trono da rainha transformou-a numa tíbia
Tíbia, não apenas pelo pobre e carnal furor
De uma imensa trova da feral ignomínia
Mas também, pelo queimar dos olhos no ódio em ardor!
-Será exagero? Ou um simples Lampejo,
de pensamento sóbrio d’um observador?!