Vivemos em uma sociedade
Os muros do vazio
sobre a mente desmoronam,
águas quentes
e calorentas de um petricor
sem propósito.
Passa o vento sob o prisma,
dum raio escaldante
ele se mostra,
cadenciado nas ruínas
a sinfonia desapegada.
Chove raiva no céu crivado de armas,
e vai solitário
nas vidas horrorosas,
aqueles que relutam se agridem,
porque é inabalável
viver acompanhado.
Nada disse a tempestade
sobre a morte social,
difícil combatê-la
se a cordialidade é efêmera.
Os ventos são nuvens letárgicas
e o coletivo é a vacuidade.