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O Anjo Das Asas de Pedra é mais que uma coletânea de poemas, é uma somatória de diversos sentimentos, ora relacionados aos nossos sofrimentos individuais, ora relacionados aos sofrimentos coletivos que nos são impostos.
Dentro do contexto coletivo, encontramos também uma crítica à sociedade, à política, ao descaso com o meio ambiente e um apelo à resolução das chagas do nosso mundo.
Em um contexto mais individual, a autora fala sobre o amor como objeto, sobre a ingratidão, as ilusões, a perda de confiança, as divisões e cicatrizes que as pessoas provocam umas às outras e suas consequências imediatas e de longo prazo.
Se tudo isso coubesse em um único coração, como ele seria? Indissociável como uma rocha ou frágil como areia? Assim como não podemos contar os grãos de areia, também são incontáveis os sentimentos cabidos dentro de um coração como esse.
IDÓLATRAS DA FELICIDADE
Não é possível
Que você esteja assim tão bem
Em meio a tanta dor.
Só eu que sinto o horror
Que chega escondido,
O meu sorriso só está fingindo.
Tal qual
Meu corpo com espasmos
O mundo está,
Ninguém aceita
Mas vai acabar!
Sou uma estranha
Em meio a tantos
Que idolatram a felicidade,
Só eu que enxergo a realidade.
Supus que deus
Me concedesse privilégios,
E que eu nunca provaria o desamor
Mas minha tristeza além de saber
Que não vou te ter nunca mais
Foi descobrir que sou igual
A todos os mortais.
Não é possível que vocês
Sejam tão fortes
A ponto de não
Se revoltarem contra a morte
Dos nossos sonhos e antigos ideais
Mortos naquele tempo
Que não voltará jamais.
Supus que deus
Me concedesse privilégios
Por eu achar que estava
Isenta de sacrilégios
Mas além de não te ter nunca mais
Descobri que sou igual
A todos os mortais.
Jamila Mafra