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O Anjo Das Asas de Pedra é mais que uma coletânea de poemas, é uma somatória de diversos sentimentos, ora relacionados aos nossos sofrimentos individuais, ora relacionados aos sofrimentos coletivos que nos são impostos.
Dentro do contexto coletivo, encontramos também uma crítica à sociedade, à política, ao descaso com o meio ambiente e um apelo à resolução das chagas do nosso mundo.
Em um contexto mais individual, a autora fala sobre o amor como objeto, sobre a ingratidão, as ilusões, a perda de confiança, as divisões e cicatrizes que as pessoas provocam umas às outras e suas consequências imediatas e de longo prazo.
Se tudo isso coubesse em um único coração, como ele seria? Indissociável como uma rocha ou frágil como areia? Assim como não podemos contar os grãos de areia, também são incontáveis os sentimentos cabidos dentro de um coração como esse.
CORAÇÃO DE AREIA
Misericórdia de nós!
O mal do mundo é feroz,
Sobrevivendo a cada dia
Com a esperança de viver uma vida
Mais leve e menos dolorida.
Misericórdia de nós!
O medo é muito veloz,
O coração acelera
E se desmancha, quase quebra,
Como as areais da Terra.
Ouça a nossa prece,
Pois só em ti confiamos,
E entendemos que dor
Faz parte do plano.
Misericórdia de nós!
Nossa alma está cansada
De lutar todos os dias
Em troca de quase nada.
Misericórdia de nós!
Às vezes somos perdidos
Nesse hostil labirinto
De virtude e de vícios.
Misericórdia de nós!
Não estou mais entendendo
Quais foram os meus erros
Nem o que está acontecendo.
Parece tudo perdido,
Quanto mais eu me esforço
Mais não estou conseguindo.
O medo é muito veloz,
O coração acelera
E se desmancha, quase quebra,
Como as areias da Terra.
Misericórdia de nós!
Acelere o tempo
Pra que não haja tempo
Do que é ruim fazer efeito.
Quando está tudo afundando
Tenho que me levantar sozinha
E começar novos planos
Sem ter certeza se é engano,
Sem saber de novo
Qual será o resultado
E suportando a lembrança
Do fracasso do passado.
Misericórdia de nós!
A realidade é o algoz
Que chega sem piedade
E só nos mostra a verdade.
Misericórdia de mim!
Nada é o que eu pensava,
Agora é sempre o contrário
De tudo aquilo que eu sonhava.
É muito triste dizer
Que o caminho é incerto,
E eu não sei bem ao certo
Qual é o lado correto.
O medo é muito veloz,
O coração acelera
E se desmancha, quase quebra,
Como as areias da Terra.