Aviso
Eu precisei me rasgar pra tentar
te tirar de mim,
mas você continua aqui,
adormecida com meus sentimentos
trazidos à tona quando eu lembro
de amor.
Mas que amor é esse
que me destrói?
Que me roubou a paz
e não voltou nunca mais?
Que criou raízes em mim
e as arrancou
sem rancor algum?
Raízes falsas,
mas que me tiraram do chão
e me fizeram flutuar
por um tempo,
só pra me fazer despencar depois
de um penhasco recoberto
por espinhos cruéis.
Os curativos não são suficientes
e eu ainda não consigo andar direito.
Eu grito em silêncio
porque ninguém é capaz de me ouvir.
Os ventos me trazem a angústia
de todos os amantes
e eu as tomo para mim
para aliviar a dor alheia
porque penso que
se eu sentir a mais
os outros a sentirão menos.
Agora, eu sou um poço de dor do amor,
mas um sorriso consegue esconder bem a queda
e as cores voltam a brilhar
à minha volta.
A Lua me traz esperanças
de que um dia toda essa dor desapareça
e um novo jardim em seu lugar floresça.