Das Cinzas

No ímpeto cego, coração aceso,

Ele abandonou tudo, sem pensar,

Por um amor que lhe parecia uma prece,

Mas que logo mostrou-se a desmaiar.

Deixou sonhos, amizades, lar seguro,

Cegado pela chama da paixão,

Mas descobriu, ao fim, num muro escuro,

A triste realidade da ilusão.

O amor que ele acreditou ser eterno,

Logo se desfez em cinza fria,

As promessas vãs viraram um inverno,

E ele ficou perdido em melancolia.

Mas não foi em vão seu triste fado,

Pois aprendeu na dor, na desventura,

Que amar é mais que um jogo errado,

É construir um elo com firme estrutura.

Assim, ele renasceu das cinzas da dor,

Com cicatrizes na alma, mais sábio então,

Entendendo que o verdadeiro amor,

É aquele que cultiva o coração.

A lição amarga lhe trouxe clareza,

Que amor-próprio é a base da paixão,

Ele abandonou tudo por uma incerteza,

E descobriu o valor da autoaceitação.

Que o tempo cure as feridas do passado,

E o ensine a escolher com mais razão,

Que ele saiba que um amor apaixonado,

Deve começar por dentro, no próprio coração.

Bernardo Reis
Enviado por Bernardo Reis em 17/08/2023
Reeditado em 17/08/2023
Código do texto: T7863909
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.