Das Cinzas
No ímpeto cego, coração aceso,
Ele abandonou tudo, sem pensar,
Por um amor que lhe parecia uma prece,
Mas que logo mostrou-se a desmaiar.
Deixou sonhos, amizades, lar seguro,
Cegado pela chama da paixão,
Mas descobriu, ao fim, num muro escuro,
A triste realidade da ilusão.
O amor que ele acreditou ser eterno,
Logo se desfez em cinza fria,
As promessas vãs viraram um inverno,
E ele ficou perdido em melancolia.
Mas não foi em vão seu triste fado,
Pois aprendeu na dor, na desventura,
Que amar é mais que um jogo errado,
É construir um elo com firme estrutura.
Assim, ele renasceu das cinzas da dor,
Com cicatrizes na alma, mais sábio então,
Entendendo que o verdadeiro amor,
É aquele que cultiva o coração.
A lição amarga lhe trouxe clareza,
Que amor-próprio é a base da paixão,
Ele abandonou tudo por uma incerteza,
E descobriu o valor da autoaceitação.
Que o tempo cure as feridas do passado,
E o ensine a escolher com mais razão,
Que ele saiba que um amor apaixonado,
Deve começar por dentro, no próprio coração.