Boneca Quebrada
Enquanto todos sorriem,
O fato é que estou morta
Vendo os anos se esvaírem
Na sua falta, que me corta
Tu te fostes para sempre
E tudo morreu junto a ti
O coração sangra eternamente
Tu o roubaste e não percebi
Meu rosto de porcelana
Partiu-se pela metade
Amargo a ira desumana
A ferida da tua saudade
Todos erguem suas taças
E brindam o meu sofrimento
Minha alma entregue às traças
Apenas almeja o esquecimento
Meu corpo estirado na sala
Foi o que restou do meu amor
O disco arranhado na vitrola
Toca a melodia da minha dor
Sou uma boneca quebrada
Esquecida em um canto
Sua marca está registrada
Nos soluços do meu pranto
O que faço agora?
Não sei mais quem eu sou
Sua lembrança me devora
Seu abandono me devastou
Eu me mataria com prazer
Por uma chance de te esquecer
Debaixo dos meus destroços
Não há paz nos meus ossos
Sem um pingo de compaixão
Condenaste-me à minha sina
Eu te entreguei minha paixão
E recebi, de ti, minha ruína