Desencantado Encanto!
Mote
Poeta do desencanto,
Perdeste da vida o encanto.
Voltas
Não importa a arte e a excelência:
Torna-se o lirismo escasso.
Tudo o que resta é fracasso
E o que sobra é decadência...
Quando acaba à alma a inocência:
– Poeta do desencanto,
Perdeste da vida o encanto.
Resigne, o artista desiste
Do ofício e de seu mistério.
Tornou-lhe o espírito sério
E o semblante austero e triste.
Não mais a si mesmo insiste:
– Pois ninguém ouve o teu canto,
Perdeste da vida o encanto.
Foste um príncipe encantado
De um etéreo patamar!
Honesto e sempre a cantar
As canções de teu passado!
Tornou-se um desencantado:
– Presavas o teu amor tanto...
Perdeste da vida o encanto.
(Bhrunovsky Lendarious)