INOCÊNCIA
Se falar-te incomoda os ouvidos,
Cantar-te-ei então nostalgia.
Pois fixa-se em mim às lembranças
Das noites cinzentas e frias.
Mas, que lembranças são essas
Fazem-me sofrer em agonias.
Diga-me, liberte-me.
Desta eterna fantasia.
Sim, mesmo a mim
Que vivo só de viver,
Não sei o que hei de fazer das minhas sensações,
Não sei o que hei de ser sozinha.
Na inocência desta escuridão
Naufraga meus pensamentos,
Sangrado, adormece o meu coração
Sem nunca Ter-lhe demostrado meus sentimentos.
Uma inexplicável ternura
Eu sentia, do eu desconhecido que jazia,
Frio como a brisa deste inverno
Que sorrir, desta inocência minha.