Desilusão

 

Na doce dança dos sonhos imaginada,

o amor acaricia e beija o coração.

Mas, ao toque implacável da realidade

a desilusão emerge na escuridão.

As promessas outrora reluzentes

se desvanecem como névoas no ar;

no vazio das expectativas quebradas

inunda-se a alma de decepção, melancolia.

E as asas da ilusão, agora, partidas

dão lugar à angústia e nostalgia,

diminui-se o brilho e a alegria;

no abismo da saudade o sorriso escassa

e na face rola a dolorosa lágrima.

 

Mas, no desalento há sementes de força

que irrigadas pelos prantos da desilusão

regam o ressentido jardim da emoção

fazendo renascer na alma a sabedoria

que apesar da dor que o coração sentiu

a vida não para, segue seu curso

e cada mágoa transforma-se em poesia.

 

Desilusão, professora desalmada

que ensina a olhar a vida com verdade

e mesmo diante do inevitável sentir

revela a beleza que há em cada tempestade,

pois, enfrentando as sombras do desengano

o coração encontra a sua fortaleza

e assim, tecida com fios de desilusão

a alma volta a sorrir com gentileza

buscando voos mais altos e intensos

compreeendendo que o desencanto

machuca, porém nos torna mais imensos.

 

Alvaniza Macedo

24/07/2023

 

 

 

Alvaniza Macedo
Enviado por Alvaniza Macedo em 24/07/2023
Reeditado em 24/07/2023
Código do texto: T7844319
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