Poema - Tarde ansiosa

Céus

Deixem me aproveitar os escassos dias que restam

Para que pisar a alma de alguém já condenado

Espíritos vingativos, por acaso já não me tornaram seu alvo ?

Da criança que zomba dos mortos

É certo que logo serei mais um chutado

Mais um dia, mais uma hora lhe desejei

Mas não entendo, por que me privas?

Uma vez que viu as tantas facetas que tenho

Escolha a honestidade, suas palavras pesaram em seu peito

E agora, o que te move é a culpa ?

Afinal, quem não veria todos os prejuízos que há em mim

Ou, não abriria os olhos em fitar meus acasulados defeitos ?

Agora desvanece minhas certezas

Não estou tão são, não sei se estou bem

Tantas dúvidas rodeiam

Tantos erros me parecem certos

Que não sei mais a real cor dos seus olhos

Você acaso está viva e alguém mais a viu ?

Ou, seria eu um louco por duvidar de nossas aventuras ?

Como poderia, eu vivi um sentimento real

Como água que encharca e afoga

O fogo queimou de novo em meu peito

Agora

O que tenho é uma sombra de ti

Uma bela miragem sua que parece se extinguir

Não sei se é real

Foi um erro adormecer em seus braços?

Detesto o mundo de aparências

Um universo no qual nunca a tive

E mesma se a tivesse

Quem poderia prender a lua

Trancar o seu brilho e roubá-lo pra si

Você é um tolo

Acaso considerou adentrar um território sagrado

O coração de uma dama já outrora gravado

Você não poderá reescreve lo

E eu rio

Como Satan que ri dos seus mais repetitivos pecados

Vá e se fira

Pause o tempo e veja como estava errado

Viver recolhido, não fora esse seu devaneio escolhido

Escute seu homem interno

Ele passou pelo julgamento do inferno e, conhecerá também seus pensamentos internos