Não faço versos
Às vezes colho vida,
outras jogo sementes de alegria,
outras recebo carga errante de troco...
Sou sobra de asfalto...
Às vezes peço bis pelo cansaço.
Às vezes volto para casa e me lavo, às vezes nem saio. Vazia.
Sem afeto.
Não faço versos,
rabisco minha alma com palavras incertas.
Não faço versos,
conto história, ninguém acredita.
Talvez eu seja aquela que tem medo do olho da morte, mas insiste em ir ao seu encontro.
Não faço versos.
Às vezes desejo o abraço,
mas me abate a rijeza, o cansaço...